Abrir uma loja virtual nunca foi tão fácil. Plataformas que oferecem soluções rápidas para colocar qualquer negócio no ar, mas a realidade é dura: entre 80% e 90% dos e-commerces fecham em menos de 12 meses, por falta de planejamento, investimento e outros pontos que falamos aqui.
O problema não está no produto, no preço ou até mesmo na demanda. Muitas vezes, o que falta é estratégia, gestão e visão de longo prazo.
Neste artigo, vamos detalhar os principais erros que levam e-commerces ao fracasso e o que você pode fazer para construir uma operação sólida e lucrativa.
1. Falta de estratégia de marketing
Esse é o erro número um. Sem um plano de marketing bem estruturado, o e-commerce fica invisível.
A lógica é simples: se ninguém conhece sua loja, ninguém compra. Muitos empreendedores lançam seus sites e acreditam que os clientes “simplesmente vão aparecer”. Mas, diferente de uma loja física localizada em uma rua movimentada, uma loja virtual precisa ser encontrada em meio a milhões de opções.
Sem SEO, tráfego pago e produção de conteúdo relevante, o resultado é sempre o mesmo: pouco ou nenhum cliente.
Exemplo real: um e-commerce de móveis conseguiu aumentar em 417,8% o tráfego orgânico apenas com uma estratégia de conteúdo bem planejada, focada em palavras-chave e artigos de blog relevantes para o público.
2. Marketing mal feito e baixa visibilidade online
Uma pesquisa recente apontou que 37% dos empreendedores culpam o marketing mal executado pelo fracasso, enquanto 35% afirmam que a falta de visibilidade online foi determinante.
Aqui entram dois pontos cruciais:
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Ser encontrado nas buscas certas: se você vende “fones de ouvido com cancelamento de ruído”, precisa aparecer exatamente quando o consumidor busca isso no Google.
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Construir jornadas de compra relevantes: não adianta atrair o visitante para a home ou uma página genérica. Ele precisa cair diretamente no local certo, com a oferta certa e um fluxo de compra simples.
É isso que chamamos de estratégia de marketing orientada pela intenção (Pull Marketing). Se o seu e-commerce não conversa com as dores reais do consumidor, não adianta aparecer no Google.
3. Queima de caixa por tráfego mal qualificado
Um dos maiores problemas é atrair tráfego errado.
Um case comum: uma loja de produtos de saúde que recebia milhares de acessos, mas de pessoas buscando cosméticos ou até mesmo serviços médicos. O tráfego era alto, mas completamente desqualificado.
Resultado: muito gasto em anúncios e zero vendas.
Sem segmentação, funil estruturado e anúncios inteligentes, o investimento em tráfego se torna um ralo de dinheiro. E sem caixa, a operação quebra rapidamente.
4. Experiência do usuário ruim (UX)
Um bom produto pode morrer em um site mal feito.
Problemas comuns incluem:
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Checkout confuso ou com custos ocultos.
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Poucas opções de pagamento.
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Falta de informações claras sobre frete e prazos.
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Layout amador que transmite desconfiança.
Segundo o OuterBox, um design ruim é um dos fatores mais citados para abandono imediato. O consumidor bate o olho e sente que “vai perder dinheiro” se comprar ali.
Lembre-se: o design do site é a sua vitrine. Se não transmite confiança, a venda não acontece.
5. Falta de upsells, downsells e fidelização
Outro erro comum é pensar apenas na primeira venda.
Empresas que vivem só de aquisição de novos clientes estão sempre gastando muito. O segredo está em:
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Upsell: oferecer uma versão mais completa ou premium.
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Downsell: oferecer uma versão mais barata quando o cliente hesita.
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Cross-sell: indicar produtos relacionados na hora da compra.
Além disso, poucos e-commerces têm estratégias de retenção. Criar uma base própria de leads (CRM, e-mails, WhatsApp Business) é um dos ativos mais valiosos que um negócio pode ter.
6. Falta de promoções e senso de urgência
Promoções bem feitas são gatilhos poderosos. Muitos e-commerces falham em criar senso de urgência.
Exemplos:
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Descontos temporários com contador regressivo.
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Ofertas exclusivas para datas sazonais.
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Kits promocionais para aumentar o ticket médio.
O consumidor precisa ter um motivo para comprar agora, e não “um dia”.
7. Mudanças rápidas no mercado
Mesmo empresas que já tiveram bons resultados podem sofrer se não acompanharem a velocidade das mudanças.
Hoje, estamos em uma era em que o SEO tradicional está mudando com a entrada dos LLMs (Large Language Models), que alteram como as buscas funcionam.
O que antes levava meses para mudar, agora pode acontecer em questão de dias. Isso exige uma adaptação constante e profissionais preparados para otimizar campanhas e sites em tempo real.
Como fugir da estatística dos 80% que falham?
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Planeje o marketing antes de abrir o site. Tenha um orçamento para SEO, mídia paga e produção de conteúdo.
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Invista em design profissional e UX. Seu site precisa transmitir confiança e fluidez.
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Construa sua própria base de clientes. Nunca dependa apenas de Instagram ou tráfego pago.
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Monitore dados constantemente. Conversion Rate (CR), Average Order Value (AOV) e Customer Lifetime Value (LTV) precisam guiar suas decisões.
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Delegue para especialistas. Empresário precisa focar no que sabe fazer, e não em “apertar botões” no Google Ads.
Perguntas para refletir sobre seu ecommerce:
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Seu e-commerce tem uma estratégia de marketing clara ou você ainda aposta no improviso?
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Você sabe exatamente de onde vem seu tráfego e se ele é qualificado?
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Seu site transmite confiança ou afasta clientes pela experiência ruim?
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Sua empresa está preparada para reter clientes e aumentar ticket médio ou vive apenas de novas vendas?
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O que você faria hoje se suas campanhas no Google ou Meta parassem de funcionar da noite para o dia?