João Campos acaba de assumir, no Brasil, a divisão de alimentos da companhia americana e fala sobre o desafio de comunicação das empresas brasileiras.
Recém empossado na presidência da Divisão de Alimentos da PepsiCo Brasil, João Campos, egresso da Unilever, defende uma posição mais ousada dos anunciantes em um ano desafiador como 2015. Em entrevista exclusiva ao Meio & Mensagem, o executivo, que também é presidente da Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA), fala sobre o papel do marketing e a postura das marcas em tempos de crise.
Meio & Mensagem – Qual deve ser a postura do anunciante em tempos de crise?
João Campos – O marketing está se reinventando e os anunciantes precisam se reinventar também, tomar riscos e liderar iniciativas com o consumidor devem ser prioridades. Essa pressão adicional que as empresas sofrem com a situação econômica é algo que pode ser utilizado positivamente. Um momento de dificuldade é ainda mais propicio a tomar riscos. A nossa pergunta é como vamos mobilizar as empresas a saírem da inércia em um momento que não ousar parece a forma certa? Tirar o anunciante da defensiva é o desafio do mercado neste momento.
M&M- O que você chama de tomar riscos?
Campos – As marcas precisam aparecer, criar fama em um momento em que o consumidor está mais apreensivo. Aquelas que tiverem melhor lembrança e engajamento são as que vão ser priorizadas no momento da decisão de compra. É exatamente arriscar para ser ouvido, visto e considerado.
M&M- Isso inclui sinceridade, abrir o jogo?
Campos – A comunicação tem que trazer expectativa positiva, o risco da sinceridade é partir para o pessimismo. O Brasil tem mais de 200 milhões de pessoas e saber com quem está falando é um desafio. Existem mercados mais difíceis que outros e acho que a honestidade é relevante.
M&M- No momento atual, existe mídia menos ou mais eficiente?
Campos –As pessoas me perguntam é hora de voltar para aquele meio? É o momento certo de tentar em tal plataforma? Decidir por uma ou outra mídia está relacionado à relevância, estratégia e funcionalidade. Todas as mídias disponíveis são importantes desde que sejam apropriadas para a estratégia como um todo.
(Saiu no Meio e Mensagem e nós acompanhamos.)