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Cavar bem no lugar errado é cavar mal

by Bruno F. Gruner | set 29, 2020

Imagine que você está em busca de um tesouro escondido e para isso precisa cavar profundo. Para resolver esse problema, você compra ferramentas especializadas, contrata profissionais experientes e cria um método inovador de escavação. E se, depois de cavar um bocado, alguém te fala que você estava cavando no lugar errado? De nada adianta usar a sua criatividade para resolver um problema, se você está resolvendo o problema errado. Cavar bem no lugar errado é cavar mal. Mas grande parte dos problemas que aparecem para a gente resolver chegam mal definidos. E muita gente fica afobada em resolvê-lo, antes de analisar de fato qual é o problema. O problema relatado não necessariamente é o problema de fato. Muitas vezes, o verdadeiro está escondido. E a própria pessoa que te solicitou a solução pode ter te explicado o problema tendenciando para um caminho. Exemplo: Em meados do século passado, uma empresa americana que tinha como sede um grande edifício empresarial começou a receber reclamações dos funcionários de que os elevadores eram muito lentos. A primeira solução cogitada foi substituir os elevadores por modelos mais rápidos. Depois pensaram em restringir os andares que cada elevador atendia, como forma de reduzir as paradas e, consequentemente, o tempo de viagem. Até que um cara teve a ideia de colocar espelho dentro do elevador (até então os elevadores não tinham) e os funcionários pararam de reclamar, pois com o espelho o tempo no elevador deixou de ser um desperdício e passou a ter um valor: pentear o cabelo, checar os dentes, arrumar a roupa, tirar umas espinhas, etc… Em vez de eliminar o problema, eles agregaram um valor ao problema. E aí deixou de ser um problema. Analisando o que provavelmente ocorreu: Para a primeira solução, o problema relatado deve ter sido “O elevador está lento”, o que é tendencioso a considerar que o problema é “Como aumentar a velocidade dos elevadores?”. Para a segunda solução, o problema deve ter sido redefinido para: “Como reduzir a quantidade de paradas de cada elevador?” Já para a solução final, o problema virou: “Como melhorar a experiência dentro do elevador de modo os passageiros não se importem tanto com os poucos minutos que a percuso demora?” E aí sim chegaram na simples, barata e eficiente solução do espelho. Conclusão: para obter uma solução diferente, tente modificar o problema. Este conteúdo foi útil para você? Conte pra gente nos comentários!

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