Imagine que você está em busca de um tesouro escondido e para isso precisa cavar profundo.
Para resolver esse problema, você compra ferramentas especializadas, contrata profissionais experientes e cria um método inovador de escavação.
E se, depois de cavar um bocado, alguém te fala que você estava cavando no lugar errado?
De nada adianta usar a sua criatividade para resolver um problema, se você está resolvendo o problema errado. Cavar bem no lugar errado é cavar mal.
Mas grande parte dos problemas que aparecem para a gente resolver chegam mal definidos. E muita gente fica afobada em resolvê-lo, antes de analisar de fato qual é o problema.
O problema relatado não necessariamente é o problema de fato. Muitas vezes, o verdadeiro está escondido. E a própria pessoa que te solicitou a solução pode ter te explicado o problema tendenciando para um caminho.
Exemplo:
Em meados do século passado, uma empresa americana que tinha como sede um grande edifício empresarial começou a receber reclamações dos funcionários de que os elevadores eram muito lentos.
A primeira solução cogitada foi substituir os elevadores por modelos mais rápidos.
Depois pensaram em restringir os andares que cada elevador atendia, como forma de reduzir as paradas e, consequentemente, o tempo de viagem.
Até que um cara teve a ideia de colocar espelho dentro do elevador (até então os elevadores não tinham) e os funcionários pararam de reclamar, pois com o espelho o tempo no elevador deixou de ser um desperdício e passou a ter um valor: pentear o cabelo, checar os dentes, arrumar a roupa, tirar umas espinhas, etc…
Em vez de eliminar o problema, eles agregaram um valor ao problema.
E aí deixou de ser um problema.
Analisando o que provavelmente ocorreu:
Para a primeira solução, o problema relatado deve ter sido “O elevador está lento”, o que é tendencioso a considerar que o problema é
“Como aumentar a velocidade dos elevadores?”.
Para a segunda solução, o problema deve ter sido redefinido para:
“Como reduzir a quantidade de paradas de cada elevador?”
Já para a solução final, o problema virou:
“Como melhorar a experiência dentro do elevador de modo os passageiros não se importem tanto com os poucos minutos que a percuso demora?”
E aí sim chegaram na simples, barata e eficiente solução do espelho.
Conclusão: para obter uma solução diferente, tente modificar o problema.
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